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domingo, 9 de dezembro de 2012

Copán Ruínas, 09 de dezembro de 2012

Copán Ruínas, norte de Honduras
Dirigi 500 km hoje, uma parte de noite, em uma estrada esburacada e sem sinalização de nenhuma espécie. Foi tenso, já que não cansam de me falar como Honduras é perigoso. As barreiras policiais, com dezenas de homens em trajes militares e armados de escopetas e metralhadoras apontam que tranquilo não é a melhor palavra para definir o país. Mas foi tudo bem e já estou aqui em meu hotel em Santa Rosa de Copán
Hoje a atividade principal foi visitar as ruínas Maia de Copán, principal ponto turístico-cultural do país e que fica quase na fronteira com Guatemala. Impressionante.
Este é o único livro conhecido da cultura Maia.
Conta a história desta cidade. Por este livro,
que é toda esta coluna, Copán é
Patrimônio da Humanidade desde 1980.
Fiquei umas três horas caminhando por lá, uma boa parte com um guia, valioso pelas mui interessantes informações que passava, mas que não parava de falar e me impedia de conversar com os Maias... sim, a nítida sensação que ainda estão por lá, cuidando do local e usando ele sabe-se lá para que. A população da cidade da qual agora resta as ruínas era de umas 25 a 30 mil pessoas, e não é de estranhar que sua presença ainda seja sentida.
Tiveram seu auge entre mais ou menos 400 e 800 depois de Cristo. O que se sabe é que os Maias chegaram pela Guatemala, vindo do México e com sua força, oriunda do seu conhecimento e sua organização, conquistaram os povos locais, fazendo-os trabalhar para eles, inclusive pagando tributos na forma de milho, mandioca, feijão, batata-doce e principalmente cacau, considerada a moeda principal deste povo.
Nosso guia afirmou que eles chegaram da Ásia, via estreito de Bhering, que sabemos é uma das teses para explicar a colonização da América. Para corroborar sua tese, nos mostrava as bem desenhadas fisionomias das muitas estatuas existente nas ruínas e sim, são fisionomias bastante asiáticas. 
Deus Maia. Que parece Mongol,
 parece... vai saber!
Perguntei porque ocorreu o declínio desta cidade, ele disse que exploraram muito os recursos naturais, principalmente cortando todas as árvores e fruto disto vieram as dificuldades, até finalmente se retirarem. Se esta tese for verdadeira, o que acredito, não será a primeira civilização a ter em razões ambientais sua queda. E certamente não será a última.
Outra coisa legal do Parque das ruínas de Copan é que é muito arborizado, com uma vegetação exuberante, áreas com um bonito gramado e animais silvestres passeando pelos bosques. Vi um veado pastando e uma paca bebendo água... isto em dez minutos de passeio por um trilha. Com certeza com tempo veríamos araras, jaguares e sei lá mais o que. 
Reencanacionistas, enterravam seus
mortos em posição fetal para facilitar a volta.
Enfim, não posso contar aqui tudo o que vi. Só deixo a recomendação. Vale muito a pena conhecer. Ah, ia esquecendo, dia 21 o parque vai estar todo iluminado e aberto até às duas da manhã. O calendário Maia fala em uma mudança de era, muitos estão interpretando como fim do mundo. Eles esperam gente de todas as partes do planeta, aguardando este fim/começo de algo. Se eu pudesse, viria também, bom lugar de passagem.
Vou dormir. Conversando com os Maias.
Este lugar  era como um estádio. Eles tinham um jogo com bola, 
cinco pra cada lado, o capitão do time ganhador era sacrificado. 
Para ele era uma conquista se juntar aos espíritos.  
Neste estádio cabiam 20 mil pessoas.

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