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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Praga, 16 e 17 de fevereiro de 2014.

Praga, vista do Castelo.
Estou escrevendo na segunda de tarde, no vagão restaurante do trem que liga Nuremberg a Frankfurt. Tomando uma draft. Acho muito chique isto de vagão-restaurante. De Frankfurt pegamos o avião para casa. Bom, na real vou para Ouricuri, interior de Pernambuco. Ficar sete dias na Europa, estando por três cidades diferentes, só aumenta a vontade de passar uma temporada longa aqui. Viver um pouco do cotidiano desta parte do mundo está na minha lista de desejos.
Adriano, Ana e Pida, pelas ruas da cidade velha.
Um domingo flanando por Praga é definitivamente um privilégio. Foi o que fizemos ontem. Esta é uma das cidades que povoava meu imaginário quando eu era criança/jovem. Não lembro exatamente qual a razão, mas depois de um dia passeando por aqui é fácil entender porque ela navegava não apenas pelo meu, mas pelo imaginário de meio mundo. Para muitos, Praga é a cidade mais bonita do leste europeu. Não duvido.
Passamos o dia fazendo alguns dos programas obrigatórios na cidade. Caminhando pela cidade velha, passando pelo bairro Judeu, visitando algumas sinagogas, cruzando o Rio Vltava, que corta a cidade, pela Ponte Carlos, subindo até o Castelo pela Mala Strana. O visual é de conto de fadas. Fomos à City Hall e vimos um belo espetáculo também, com uma pequena orquestra de cordas tocando música barroca. Praga é, ou ao menos já foi, considerada a capital cultural da Europa. Não passamos por uma esquina sem ver uma promoção de algum espetáculo de teatro ou musical.
Visitando meu amigo Kafka
Na Praça Central da Cidade Velha está um monumento em homenagem a Jam Huss, que é considerado um herói nacional e que foi queimado pela fogueira da Inquisição, em 1415. Ele era Padre, um livre-pensador e foi Reitor da Universidade de Praga, umas das mais antigas da Europa. Defendia mudanças na Igreja Católica, sendo identificado como um precursor da Reforma de Lutero. Uma figura que sempre ouvi falar na minha casa e no meio espírita, já que existe um consenso que ele teria sido uma encarnação anterior de Allan Kardec, o organizador do Espiritismo. Gostei de visitar este monumento e conversar um pouco com Jam Huss. Assim como gostei também de ver a estátua de Kafka. Dele li apenas Metamorfose e O Processo, e fiquei com as vigorosas imagens que ele cria nestes dois livros e desde então me considero fã. E, falando de literatura, fiquei também lembrando de Tomaz, Tereza e Sabina, três de meus personagens favoritos, de A Insustentável Leveza do Ser. Este livro se passa quase todo em Praga.
Som de primeira na Ponte Carlos
De noite, depois do espetáculo de cordas, fomos jantar no U Medvídku. Uma cervejaria artesanal, a última de Praga, segundo eles. A casa foi construída no início do século XV, e as primeiras cervejas foram feitas em 1466. Em 1898 fecharam por não poderem competir com as cervejarias industriais. 
Reabriram como Cabaret no inicio do século XX, tiveram sérios problemas com o governo socialista nos anos cinqüenta e só recomeçaram a recuperação do prédio em 1989, primeiro como hotel e depois como cervejaria, retomando a forma original de fabricação. Recomendo. 
Voltar para o hotel às onze da noite, caminhando pelo centro, luzes acesas, inverno ameno, de braços dados com Ana, não tem preço. O resto, Mastercard paga. 
Bom, era isto, não sei bem quando será a próxima caminhada, mas de lá, seja de onde for, conto mais.

Igreja no Castelo de Praga
Ruela de Ouro, no Castelo de Praga, a lojinha por fora
Ruela de Ouro, no Castelo de Praga, a lojinha por dentro
Parece que não fomos apenas nós que tivemos a
 ideia de ir à Praga... no fundo, a Ponte Carlos


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