Eu e minhas "alunas"!!! |
Ontem
segui com o curso em sala de aula. Difícil a interação, difícil fazê-los
participar. Minha contratante me explicou que eles aqui estão mais acostumados
com esquema professor – aluno. Um fala, outro ouve. Como gosto de conversar,
ouvir e falar, tive um pouco de dificuldade. Mas fui pegando o jeito
Eu com uma das "mamás"! |
Ontem
à tardinha tive uma boa conversa com um brasileiro, o Ranieri, com quem uma
amiga em comum me colocou em contato pelo facebook.
Eu queria ouvir um pouco mais sobre um projeto no qual ele participa, o Fraternidade
sem Fronteiras (fraternidadesemfronteiras.org.br)
Eles atuam em Gaza, província ao norte de Maputo, mas ainda no sul do país, buscando
alimentar órfãos com fome. Trabalho voluntário e arrecadação via doações. Quem
quiser, pode adotar uma criança no site, por R$ 50,00/mês e este valor é
suficiente para que ela tenha três refeições por dia. Não vou me alongar, o
site tem mais informações. Só quero dizer que conversas assim me fazem ter a
certeza que no mundo a maior parte das pessoas são do bem. A Era de Aquário ou
o Mundo de Regeneração já chegou. Se o mal salta tanto aos olhos, é exatamente porque
além dele ser pouco tímido, choca a maior parte das pessoas.
Fazendo bio fertilizante. |
Hoje
o curso foi à campo. Fomos visitar uma machamba
e depois preparamos juntos adubos orgânicos e algumas caldas usadas para nutrir
as plantas. A maior parte das caldas simples, tentando aproveitar o que se tem
disponível no local.
Ir
ao campo é sempre a melhor parte. Nestes cursos que costumo dar, o mais comum é
que a turma seja muito heterogênea. Agrônomos/as, técnicos e agricultores, com
diferentes conhecimentos e experiências. A parte mais prática facilita para mim,
porque trabalhando sobre coisas concretas posso despertar o interesse de todos
os participantes. Além disto, naturalmente há mais participação, o diálogo se
faz mais fácil. Hoje estava divertido.
De
tarde, entrega de materiais e certificados, palmas e agradecimentos. Lida
feita. Foi tudo bem, espero que eles tenham gostado.
Mulheres trabalhando nas machambas. |
O
mais bonito de Maputo são as mulheres e suas capulanas. No campo, mais ainda. As mamás, como as senhoras são carinhosamente chamadas, são um visual
à parte. Trabalham concentradas, duro, mas sempre brota um sorriso farto no
rosto sulcado quando minimamente provocadas com uma conversa mais amena. Chegar
numa machamba e ver, do alto do
terreno, uma grande várzea com dezenas de mulheres trabalhando é a cena mais
bonita que tenho visto por aqui. Hoje aproveitei para conversar um pouco e
tirar algumas fotos com elas. Uma delas, de blusa branca e um lenço branco na
cabeça, me contou que estava a usar
esta cor porque perdeu sua filha à pouco tempo, em março passado. Depois eu soube
que como sinal de luto algumas culturas do país usam o preto, outras o branco.
Uma das extensionistas que fez o curso comigo |
Jantar?
Outra vez no Galaxy, o restaurante indiano. Estou virando adicto, vou ter crise
de abstinência quando regressar.
Amanhã
tem mais, uma espécie de mini-curso no campo, apenas com agricultoras.
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