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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Maputo, 25 e 26 de maio de 2016.

Eu e minhas "alunas"!!!
Ontem segui com o curso em sala de aula. Difícil a interação, difícil fazê-los participar. Minha contratante me explicou que eles aqui estão mais acostumados com esquema professor – aluno. Um fala, outro ouve. Como gosto de conversar, ouvir e falar, tive um pouco de dificuldade. Mas fui pegando o jeito
Eu com uma das "mamás"!
Ontem à tardinha tive uma boa conversa com um brasileiro, o Ranieri, com quem uma amiga em comum me colocou em contato pelo facebook. Eu queria ouvir um pouco mais sobre um projeto no qual ele participa, o Fraternidade sem Fronteiras (fraternidadesemfronteiras.org.br) 
Eles atuam em Gaza, província ao norte de Maputo, mas ainda no sul do país, buscando alimentar órfãos com fome. Trabalho voluntário e arrecadação via doações. Quem quiser, pode adotar uma criança no site, por R$ 50,00/mês e este valor é suficiente para que ela tenha três refeições por dia. Não vou me alongar, o site tem mais informações. Só quero dizer que conversas assim me fazem ter a certeza que no mundo a maior parte das pessoas são do bem. A Era de Aquário ou o Mundo de Regeneração já chegou. Se o mal salta tanto aos olhos, é exatamente porque além dele ser pouco tímido, choca a maior parte das pessoas.
Fazendo bio fertilizante.
Hoje o curso foi à campo. Fomos visitar uma machamba e depois preparamos juntos adubos orgânicos e algumas caldas usadas para nutrir as plantas. A maior parte das caldas simples, tentando aproveitar o que se tem disponível no local.
Ir ao campo é sempre a melhor parte. Nestes cursos que costumo dar, o mais comum é que a turma seja muito heterogênea. Agrônomos/as, técnicos e agricultores, com diferentes conhecimentos e experiências. A parte mais prática facilita para mim, porque trabalhando sobre coisas concretas posso despertar o interesse de todos os participantes. Além disto, naturalmente há mais participação, o diálogo se faz mais fácil. Hoje estava divertido.
De tarde, entrega de materiais e certificados, palmas e agradecimentos. Lida feita. Foi tudo bem, espero que eles tenham gostado.
Mulheres trabalhando nas machambas.
O mais bonito de Maputo são as mulheres e suas capulanas. No campo, mais ainda. As mamás, como as senhoras são carinhosamente chamadas, são um visual à parte. Trabalham concentradas, duro, mas sempre brota um sorriso farto no rosto sulcado quando minimamente provocadas com uma conversa mais amena. Chegar numa machamba e ver, do alto do terreno, uma grande várzea com dezenas de mulheres trabalhando é a cena mais bonita que tenho visto por aqui. Hoje aproveitei para conversar um pouco e tirar algumas fotos com elas. Uma delas, de blusa branca e um lenço branco na cabeça, me contou que estava a usar esta cor porque perdeu sua filha à pouco tempo, em março passado. Depois eu soube que como sinal de luto algumas culturas do país usam o preto, outras o branco.
Uma das extensionistas que fez o
 curso comigo
Jantar? Outra vez no Galaxy, o restaurante indiano. Estou virando adicto, vou ter crise de abstinência quando regressar.
Amanhã tem mais, uma espécie de mini-curso no campo, apenas com agricultoras. 

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