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terça-feira, 15 de novembro de 2016

Lima, 13 e 14 de novembro de 2016.

Barranco, flores e entardecer.
Outra vez em Lima, a cidade que mais visitei fora do meu país. É possível que eu tenha vindo mais à Lima do que à São Paulo, Belo Horizonte ou Curitiba. Que curiosa é a vida né? Nunca imaginei algo assim, nunca foi uma cidade ou país que povoasse meus sonhos, naqueles tempos que eu fazia lista de lugares a visitar. Mas assim foi, assim está sendo. 
Feira Ecológica de Surquillo.
Hoje gosto muito de Lima, em particular de Miraflores, o bairro (municipalidade por aqui) tão decantado pelo peruano Mário Vargas Llosa, Nobel de Literatura e um dos melhores contadores de história da literatura latina. Para quem não leu, não deixe de ler “A cidade e os cachorros”, história ambientada na Miraflores dos anos 60.
Cheguei ontem de manhã e fui direto à Feira Ecológica de Surquillo, que fica ao lado do mercado público com o mesmo nome. O Peru tem uma tradição na produção ecológica, boa parte centrada em produtos para exportação. Café, cacau, grãos andinos, como quinoa, chia, amarantus, são alguns exemplos. 
Boas vindas ao Peru: Chicha morada e
milho salgado de tira gosto.
Ao longo dos anos algumas empresas, locais ou estrangeiras, foram se posicionando no mercado nacional com estes grãos e seus derivados, com bons chocolates feitos no Peru e cafés gourmet. Quero dizer, o país foi aprendendo a processar a matéria prima que exporta. Na feira vi muitos destes produtos, além claro de frutas e hortaliças, ovos, lácteos, mel, etc. Bela feira, movimentada, viva. Poderia ter ficado horas ali, mas estava com fome e optei por ir almoçar no restaurante Punto Azul. Excelente opção, como boas vindas gastronômica,
Sigo com a impressão que Lima está cada vez mais organizada, bonita. Impressão reforçada pelo passeio que fiz ontem e hoje, que recomendo sem medo de errar. Andar, ao cair da tarde, de Miraflores para Barranco, os dois bairros mais charmosos de Lima. Um passeio de uns três quilômetros, à margem do Pacífico, sobre a falésia, em uma calçada adequada e em boa parte ladeada por jardins bem cuidados. Um luxo! 
Pequena amostra da arte de Mário Testino.
E em Barranco admirar seu casario, tomar um café, um sorvete ou um pisco, passar pela Ponte Suspiro e visitar o Museu Mate, se surpreendendo com a arte fotográfica de Mario Testino, o badalado e talentoso fotógrafo peruano. 
Hoje de manhã minha única atividade digna de nota foi caminhar até o Manolo, na Av. Larco, atrás de um churros com chocolate. A tarde foi de trabalho. Uma reunião na sede da ANPE - Associação Nacional de Produtores Ecológicos, para organizarmos a semana e nos atualizarmos sobre o momento da Agricultura Ecológica no Peru. Estávamos um grupo. Fidel, do México, Evelyn, do Rio de Janeiro, Maurizio, de Cochabamba, Andréa, do Chile, Moisés e Felimon, nossos anfitriões, e eu. Foi interessante e se confirmou que teremos aqui uma semana intensa de atividades ao redor da Agricultura Ecológica e dos Sistemas Participativos de Garantia. 
Reunião à tarde na ANPE. 
Será como eu gosto e planejei, com idas à campo, encontros de agricultores/as e viagem à regiões mais altas, andinas, neste caso Ayacucho, a 2800 metros sobre o nível do mar. Com direito a comer bem, rever amigos e, talvez o melhor de tudo, conversas agradáveis sobre culturas e realidades do continente. O que for possível contar, conto por aqui. Agora, vou dormir que amanhã o dia é de visita à fincas de produção ecológica. 


Por do sol no pacífico.
Mais uma palhinha de Mário Testino.

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